Tumor do Rim

O que é o Tumor do Rim?

O rim tem uma função de filtro do sangue, fazendo com que alguns produtos que são tóxicos ou que se encontram em excesso sejam eliminados do organismo através da urina.

Este órgão é constituído por diferentes tipos de células, que crescem, multiplicam-se e acabam por morrer, num processo contínuo de renovação celular.

Quando este ciclo de renovação é alterado e são produzidas células alteradas ou que não são destruídas na altura programada, ocorre a formação de tumores

A sua incidência aumentou consideravelmente nos últimos 25 a 30 anos (ceerca de 2% ao ano), em parte devido ao aumento do diagnóstico de pequenas lesões, por métodos de imagem.

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Factores de Risco do Tumor do Rim

Os principais factores de risco são:

Tabagismo

Obesidade

Hipertensão arterial

História familiar

Outras situações com possível associação ao tumor do rim são a doença renal crónica, a exposição a radicação e a toma de anti-inflamatórios não esteróides.

Tipos de Tumores Renais

Existem vários tipos de tumores renais:

Os Carcinomas das Células Renais (RCC), que são tumores do parênquima renal propriamente dito. São os tumores malignos mais frequentes do rim, correspondendo a mais de 90% de todos os tumores malignos do rim, representando cerca de 2 a 3% de todas as neoplasias malignas nos adultos e sendo responsáveis por 2% da mortalidade por cancro. Existem vários sub-tipos histológicos, como células claras, papilar ou cromófobo.
Os Carcinomas Uroteliais do Alto Aparelho Urinário (UTUC), que são tumores da parte excretora do rim, constituída pelas mesmas células que revestem o ureter, a bexiga ou a uretra, estando por isso associados aos mesmos.
Os tumores benignos, como os oncocitomas, angiomiolipomas e adenomas.
Outros tumores malignos, como os sarcomas, os carcinomas medulares, os carcinomas dos ductos coletores, os linfomas ou a infiltração do rim por metástases de tumores de outros órgãos.

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Sintomas do Tumor do Rim

Nas fases iniciais, os tumores do rim têm um crescimento muito indolente, na ordem dos 2-3mm por ano. Nesta fase, não existem quaisquer sintomas ou sinais de alerta.

Por esse motivo, e em virtude da grande disponibilidade de exames complementares como a Ecografia, a Tomografia Computorizada ou a Ressonância Magnética Nuclear, por norma, realizados por outros motivos, atualmente a grande maioria dos tumores renais (cerca de 60%) é diagnosticada de forma acidental.

Por outro lado, se não forem detetados, os tumores do rim vão progressivamente adquirindo maiores dimensões e tornando-se mais agressivos.

O paciente pode ter:

Nas fases mais avançadas, os tumores do rim podem tornar-se invasivos e dar origem a vários tipos de sintomas, nomeadamente:

Dor lombar - que resulta do crescimento do tumor e da distensão da cápsula do rim;
Hematúria - o sintoma isolado mais frequente, devido ao atingimento do excretor;
Presença de massa palpável - um sinal tardio e de doença avançada.

Outros sintomas são por exemplo a perda de apetite, febre intermitente, cansaço de agravamento progressivo ou edemas dos membros inferiores.

O tumor pode ainda manifestar-se através de síndromes paraneoplásicos ou de sintomas resultantes de metastização sistémica.

Diagnóstico do Tumor do Rim

O diagnóstico do cancro no rim, por norma, é efectuado por exames de imagem. Em muitos casos, a ecografia é o exame que permite a identificação inicial dos tumores do rim. Para além de ser um exame não invasivo e seguro, apresenta uma elevada sensibilidade para deteção de lesões com mais de 15mm.

No entanto, a tomografia computorizada com contraste é o exame de eleição para o tumor do rim. Na grande maioria dos casos, quando realizada corretamente, a tomografia computorizada possibilita o diagnóstico de tumor renal sem recorrer a uma biópsia, para além de permitir o estadiamento da doença e a programação da terapêutica a realizar.

Em casos muito específicos, a ressonância magnética nuclear pode ser uma alternativa à tomografia computorizada.

Raramente, em casos de dúvida com os exames realizados, pode ser necessária a realização de uma biópsia à lesão tumoral.

Tem algum destes sintomas de Tumor do Rim?

Se tem dúvidas ou apresenta alguns dos sintomas referidos, marque uma consulta no Instituto da Próstata e esclareça todas as informações.

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Tratamento do Tumor do Rim

O tratamento dos tumores do rim depende de vários fatores, dos quais os mais relevantes são o seu estadiamento e o estado geral e funcional do doente.

Numa fase localizada, o tratamento mais frequente é o cirúrgico, uma vez que permite uma elevada probabilidade de cura. Atualmente, na grande maioria dos casos pode ser realizado um procedimento por via laparoscópica, que está associado a uma menor taxa de complicações e que permite uma recuperação mais rápida. Dependendo das características do tumor, pode ser possível a remoção isolada do tumor e a preservação do rim (nefrectomia parcial). Quando tal não é possível, é realizada a remoção completa do rim (nefrectomia radical). Em casos selecionados, nomeadamente para doentes mais debilitados, podem ser efetuadas terapias focais como a crioterapia ou o tratamento com radiofrequência. Adicionalmente, em casos muito selecionados, em pacientes com mais idade e com tumores renais de pequena dimensão e sem características de agressividade, pode ser viável a vigilância ativa.

Nas fases mais avançadas, dada a grande agressividade da doença, a maioria dos tratamentos tem um carácter paliativo, podendo ser efetuada, para além da cirurgia, a terapêutica sistémica ou radioterapia. No entanto, nos últimos anos tem-se verificado um grande avanço ao nível dos tratamentos sistémicos, nomeadamente a imunoterapia, que, através da combinação de vários fármacos, tem permitido aumentar de forma significativa a sobrevida e a qualidade de vida dos doentes com tumor do rim avançado.

Cirurgia Laparoscópica no Tratamento do Tumor do Rim

A cirurgia laparoscópica consiste na remoção na totalidade do rim ou apenas do tumor e tecidos adjacentes, por via laparoscópica.

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Prognóstico do Tumor do Rim

A avaliação dos factores de prognóstico sofreu uma grande evolução nos últimos anos, passando-se da utilização de parâmetros isolados para a conjugação de vários factores.

Quando se está a estabelecer o prognóstico do carcinoma avaliam-se factores como a idade, sexo, raça, performance status, mas também factores anatómicos ou histopatológicos.

As principais características destes dois últimos são:

Avaliação do estádio;
Dimensões e extensão da lesão;
Número e localização de eventuais metástases;
Subtipo histológico do tumor;
Presença de invasão venosa;
Necrose Tumoral.

Esta investigação culminou com a criação de vários modelos integrados de prognóstico, dada a variabilidade na evolução clínica desta neoplasia em função destes diferentes parâmetros.

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Dr. José Santos Dias

Director Clínico do Instituto da Próstata

Licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
Especialista em Urologia
Fellow do European Board of Urology
Autor dos livros "Tudo o que sempre quis saber Sobre Próstata", "Urologia fundamental na Prática Clínica", "Urologia em 10 minutos","Casos Clínicos de Urologia" e "Protocolos de Urgência em Urologia"

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