Tratamento da Litíase e Cólica Renal

Em que consiste o Tratamento da Litíase e Cólica Renal?

Após o diagnóstico de cólica renal, deve ser determinada a presença ou ausência de obstrução e/ou infecção, para poderem ser adoptadas as medidas adequadas.

Na fase aguda, de dor intensa, o objectivo imediato é aliviar a dor. Devem ser procuradas evidências de complicações como a infecção, a obstrução bilateral ou de um rim único funcionante ou a presença de pûs no aparelho urinário. Estes são critérios para ser realizada uma cirurgia de urgência/emergência.

Não é demais destacar que perante a evidência de obstrução e infecção, a cirurgia urgente salva a vida do doente. Outros critérios para uma cirurgia nesta fase são a presença de vómitos, febre ou quebra do estado geral. Se a dor não passar ou o cálculo não for eliminado após cerca de 2 semanas, é também necessária uma operação de urgência.

Depois do tratamento desta fase aguda, o objectivo principal é a eliminação do cálculo que causou a dor e, posteriormente, evitar a formação ou o crescimento de outros cálculos.

Pode ser tentada a dissolução do cálculo, alcalinizando a urina. A alcalinização da urina é eficaz na dissolução de cálculos de ácido úrico, mesmo quando estes são volumosos, desde que os doentes adiram ao tratamento. Em cálculos de outras composições, este tratamento não é tão eficaz e pode mesmo ser perigoso (a alcalinização da urina pode facilitar a infecção).

Muitos doentes fazem tratamentos alternativos (com chás ou outros produtos - o clássico "quebra-piedras", que muitos doentes compram em farmácias ou ervanárias ou mandam vir de Espanha).

O tratamento definitivo dos cálculos passa pela litotrícia (fragmentação dos cálculos). Esta pode ser externa - Litotrícia Extra-corporal por ondas de choque (LEOC) - ou interna, recorrendo à endoscopia e à utilização da tecnologia laser para fragmentação e eliminação dos cálculos (ureterorrenoscopia ou cirurgia intra renal retrógrada com litotrícia intra-corporal).

Qual é o Procedimento do Tratamento da Litíase Urinária?

Após a realização de um diagnóstico completo, deve ser traçado um plano de tratamento personalizado para o paciente.

 

Dissolução de Cálculos não Cálcicos

Actualmente não existe qualquer tratamento para a dissolução de cálculos compostos predominantemente por cálcio. A quimioprofilaxia, apesar disto, pode evitar o crescimento ou formação de novos cálculos.

A terapêutica profiláctica inclui restrições alimentares, suplementação e, mais importante, aumento da ingestão hídrica, de forma a garantir um débito urinário de cerca de dois litros por dia.

 

Dissolver Cálculos de Ácido Úrico e Cistina

O bicarbonato de sódio pode ser usado como alcalinizante da urina, embora o preferido seja o citrato de potássio, porque está disponível em comprimidos de libertação prolongada e evita a ingestão de sódio. 

A alcalinização da urina é eficaz mesmo na dissolução de cálculos volumosos de ácido úrico.

Em doentes com cálculos de ácido úrico puro (uma minoria) e hiperuricemia, é recomendada a terapêutica com alopurinol (300 mg por dia), já que reduz a excreção de ácido úrico.

 

Medidas Preventivas

A litíase é uma doença crónica que obriga a mudanças comportamentais.

As medidas mais importantes na profilaxia da urolitíase são:

  • Reforço da hidratação oral (beber, pelo menos, 1,5l de água por dia, além de outros líquidos e alimentos com água - garantindo a produção de 2 litros de urina/24 horas);
  • Restrição da ingestão de sal;
  • Diminuição da ingestão de proteínas (carnes vermelhas).

Uma restrição empírica do consumo de cálcio (não baseada nos doseamentos da urina de 24 horas), pode afectar a mineralização óssea e contribuir para a osteoporose, principalmente na mulher, pelo que não está recomendada.

 

Nos casos de infecção associada a uropatia obstrutiva litiásica, o doente terá de ser tratado de forma urgente, existindo o risco de urossépsis e mesmo morte, caso o doente não receba um tratamento recomendado e urgente.

No Instituto da Próstata as técnicas mais comuns são a litotrícia extracorporal e a cirurgia endoscópica (ureterorrenoscopia ou cirurgia intra-renal retrógrada).

Como é o Acompanhamento do Doente após o Tratamento?

A litíase renal é uma patologia crónica, pelo que existe uma grande probabilidade de recidiva. 

O doente deve receber um plano de acompanhamento por parte da equipa médica, que deve incluir exames de controle, geralmente efectuados a cada doze meses. O exame mais frequentemente utilizado para o seguimento destes doentes é a ecografia, por não envolver a utilzação de radiação, mas podem ser necessários exames como a Radiografia Renovesical ou Radiografia Simples do Aparelho Urinário, a Tomografia Computadorizada (TAC),  entre outros.

Quando é instituído tratamento farmacológico, deve ser pedida uma análise de urina de 24 horas um a três meses depois, para avaliar a adesão do doente ao tratamento e a eficácia metabólica deste.

Os parâmetros metabólicos devem ser doseados, pois podem surgir alterações consquentes ao tratamento.

Após estabelecer um programa terapêutico estável, recomenda-se o acompanhamento anual com ecografia e análises de urina, eventualmente de 24 horas. 

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O procedimento mais adequado depende do diagnóstico de cada paciente. Se sofre de litíase renal, marque uma consulta no Instituto da Próstata.

Dr. José Santos Dias

Director Clínico do Instituto da Próstata

  • Licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
  • Especialista em Urologia
  • Fellow do European Board of Urology
  • Autor dos livros "Tudo o que sempre quis saber Sobre Próstata", "Urologia fundamental na Prática Clínica", "Urologia em 10 minutos","Casos Clínicos de Urologia" e "Protocolos de Urgência em Urologia"

Perguntas Frequentes sobre o Tratamento de Litíase Renal

Mesmo depois do tratamento, é possível voltar a ter cálculos renais?

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As Cólicas Renais têm tratamento?

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Quem tem “Pedras nos Rins” tem de ter cuidado com a alimentação?

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