Recidivas do Cancro a Próstata após Radioterapia
O que é uma recidiva do Cancro da Próstata?
A Radioterapia Externa é um dos tratamentos mais utilizados para o cancro da próstata localizado e apresenta bons resultados na maioria dos casos. No entanto, em alguns pacientes, as células cancerígenas voltam a reaparecer meses ou anos após o tratamento, o que se designa por recidiva do cancro da próstata.
Cerca de 40% dos homens que enfrentaram um primeiro diagnóstico de cancro da próstata podem desenvolver uma recidiva da doença ao longo do tempo.
As recidivas do cancro da próstata podem ser locais, quando o tumor reaparece na próstata (ou no mesmo local, se esta tiver sido removida); regionais, quando afectam os tecidos ou gânglios próximos do local do tumor inicial; ou à distância, quando surgem metástases em zonas distantes do local inicial da doença.
As causas da recidiva do cancro da próstata podem estar relacionadas com a resistência das células ao tratamento inicial ou com a incapacidade do tratamento eliminar todas as células doentes. Quando isso acontece, é fundamental iniciar um novo plano de tratamento que elimine ou controle as células tumorais, com o menor impacto funcional possível para o paciente.
Sintomas de uma recidiva do Cancro da Próstata
Após o tratamento inicial do cancro da próstata, os pacientes devem ter consultas de acompanhamento e realizar exames de monitorização da evolução dos resultados, como o exame do PSA.
Um dos sinais de alerta de recidiva do cancro da próstata é a elevação do PSA em 3 avaliações consecutivas. Contudo, podem existir outros motivos para os níveis elevados, é sempre necessário um diagnóstico mais aprofundado e personalizado.
Na esmagadora maioria dos casos, esta recidiva é assintomática, ou seja, não causa quaisquer queixas. No entanto, existem alguns sintomas ou queixas (urinárias e não urinárias) que podem estar também relacionadas com uma possível recidiva:
- Necessidade súbita e urgente de urinar;
- Sensação de ardor ou desconforto ao urinar;
- Perda involuntária de gotas de urina após terminar a micção;
- Dificuldade em iniciar a micção, mesmo com vontade de urinar;
- Sensação de pressão ou desconforto na região abaixo do umbigo;
- Sensação de que a bexiga não esvazia completamente após urinar;
- Vontade de urinar com maior frequência, sobretudo durante a noite;
- Diminuição da força e do fluxo urinário, com interrupções frequentes;
- Dor lombar ou dor óssea noutro local;
- Fadiga e cansaço.
Diagnóstico de Recidivas do Cancro da Próstata
O aumento do PSA (Antigénio Específico da Próstata), é muitas vezes o primeiro sinal de uma recidiva do cancro da próstata. Para confirmar o diagnóstico e determinar a extensão da recidiva, recorre-se a exames de imagem avançados e, em alguns casos, à biópsia.
Os exames mais comuns são:
- Ressonância Magnética Pélvica ou da Próstata: identifica zonas suspeitas na próstata ou no leito prostático.
- PET-PSMA com TC: exame de alta precisão que permite detectar células tumorais em fases precoces.
- TC (Tomografia Computorizada): avalia a presença de massas tumorais e gânglios aumentados.
- Cintigrafia óssea: detecta metástases ósseas através de uma substância radioactiva.
- Biópsia Prostática: confirma a presença de células tumorais, se necessário.
Os melhores tratamentos em caso de Recidivas do Cancro na Próstata após Radioterapia
Quando ocorre uma recidiva do Cancro da Próstata após a Radioterapia Externa, existem várias opções de tratamento disponíveis. A cirurgia de salvação é uma dessas possibilidades, mas envolve os riscos comuns a qualquer cirurgia com anestesia geral (por exemplo hemorragia ou infecção). Além disso, está associada a riscos significativos, como a incontinência urinária, a disfunção eréctil ou as fístulas para o recto, além de ter períodos de internamento, algaliação e recuperação prolongados.
As técnicas mais modernas e recomendadas são a Crioterapia e a Braquiterapia, quer focais, quer de toda a glândula. Estas abordagens minimizam os efeitos secundários que locais quer sistémicos, têm um tempo de recuperação mais curto e apresentam resultados iguais ou superiores, em comparação com a cirurgia. Podem ocorrer sequelas, como com qualquer outra técnica, mas a frequência destas complicações é menor (por exemplo, incontinência e problemas de erecção).
Infelizmente, a muitos doentes em que ocorre recidiva do cancro da próstata, nenhuma destas técnicas é apresentada e são tratados com hormonoterapia - “bloqueio androgénico”, ou seja, bloquear a acção, a actividade da testosterona - que, apesar de eficaz, provoca efeitos secundários marcados, sistémicos (em todo o corpo), como disfunção sexual, depressão, fraqueza, osteoporose e perda de massa muscular.
No Instituto da Próstata, somos uma das poucas instituições em Portugal a oferecer estas técnicas avançadas e tratamentos personalizados adaptados a cada caso.
Quer saber mais sobre estes tratamentos?
Como é o pós-tratamento para uma Recidiva do Cancro da Próstata?
Após o tratamento de uma recidiva do cancro da próstata, o acompanhamento médico torna-se um pilar essencial para garantir a eficácia do tratamento e ajudar a gerir eventuais efeitos secundários. Nos primeiros anos, essa vigilância é mais próxima, com avaliações regulares do PSA, exames complementares e um apoio contínuo para que o paciente se sinta seguro e acompanhado na sua recuperação.
Os tratamentos locais, como a Crioterapia e a Braquiterapia, são as opções preferenciais, pois tratam o tumor sem afectar o organismo de forma sistémica. Em comparação com a cirurgia ou a hormonoterapia, estes tratamentos preservam melhor a qualidade de vida do paciente.
Apesar de serem menos invasivos, podem surgir efeitos secundários transitórios, como o aumento da frequência urinária, ardor ao urinar e, em alguns casos, incontinência ou disfunção eréctil, geralmente leve a moderada.
Cada paciente é único e, por isso, um acompanhamento contínuo e personalizado faz toda a diferença para garantir o equilíbrio entre o controle da doença e o bem-estar.
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Dr. José Santos Dias
Director Clínico do Instituto da Próstata
- Licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
- Especialista em Urologia
- Fellow do European Board of Urology
- Autor dos livros "Tudo o que sempre quis saber Sobre Próstata", "Urologia fundamental na Prática Clínica", "Urologia em 10 minutos","Casos Clínicos de Urologia" e "Protocolos de Urgência em Urologia"
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