Actualmente, os tumores da próstata, quando detectados em fases precoces, têm uma forte probabilidade de cura. No entanto, certos tratamentos trazem consequências indesejáveis.
Uma das preocupações mais comuns, temidas e imediatas é o seu impacto na função sexual, nomeadamente, causando disfunção eréctil.
Se partilha desta inquietação, este artigo vai ajudá-lo a perceber os efeitos secundários e como tratá-los da forma mais eficaz.
Quais os efeitos dos Tratamentos para o Cancro da Próstata?
Os tratamentos para tumores prostáticos podem ter consequências nefastas na função sexual, mas não só.
Dependendo do tipo de tratamento realizado, as queixas mais habituais relacionam-se com:
- Alterações no orgasmo;
- Diminuição da líbido (desejo sexual);
- Incontinência urinária;
- Disfunção eréctil;
- Estenoses da uretra;
- Infertilidade.
Uma das queixas mais frequentes diz respeito à incapacidade de obter ou manter uma erecção, resultando em quadros de disfunção eréctil a curto, médio ou longo prazo.
Com os métodos cirúrgicos é comum surgir este tipo de consequência, assim como quando se recorre a terapêuticas como a Radioterapia Externa, a Crioterapia ou os tratamentos sistémicos como a homonoterapia.
A Braquiterapia (usada no tratamento do cancro localizado), parece ser o tratamento com menos efeitos na função eréctil.
Por que razão os tratamentos causam Disfunção Eréctil?
A principal justificação é por se afectar ou traumatizar os nervos e vasos sanguíneos responsáveis pelo mecanismo de erecção (ou, no caso da terapêutica com fármacos com efeito hormonal, por se anular o efeito da testosterona).
É por isso que, hoje em dia, preservar estas estruturas é uma grande preocupação, tentando-se, sempre que possível, não as danificar durante a cirurgia..
Contudo, mesmo que seja possível proteger estes nervos e vasos, a disfunção eréctil continua a ser um efeito comum, uma vez que estão muito próximos da próstata, e qualquer lesão dos mesmos pode causar alterações nas suas funções.
Além do mais, esta capacidade de preservação da erecção também está dependente da localização e tamanho do tumor.
Resolver a Disfunção Eréctil após o Tratamento do Cancro
Em grande parte dos homens que, no tratamento do cancro prostático, foi possível preservar os seus nervos e artérias intactos, verifica-se uma melhoria da erecção com o passar do tempo.
Por exemplo, depois de uma prostatectomia, um dos métodos mais temidos dado o seu caráter invasivo, cerca de 40-50% dos homens recuperam a função sexual que tinham antes do tratamento no espaço de cerca de um ano.
De uma forma geral, as melhorias naturais da função eréctil após a terapêutica dependem de alguns factores, nomeadamente:
- Idade – quanto mais novo, maior a hipótese de recuperação;
- Capacidade de erecção antes do tratamento – se não existiam dificuldades prévias, é mais provável recuperar a função;
- Ausência de outras condições que podem causar disfunção eréctil – como a diabetes ou doenças cardíacas.
Por outro lado, se não for exequível preservar as estruturas responsáveis pela erecção, é improvável que a recuperação aconteça, ainda que não seja impossível.
Se não ocorrerem melhorias com o tempo, é importante que perceba que existem formas de resolver ou aliviar esta condição.
Métodos para resolver a Disfunção Eréctil
Existem algumas terapêuticas que apresentam bons resultados, actuando de forma directa ou indirecta.
Normalmente, os métodos de primeira linha são os medicamentos orais, úteis para 7 em cada 10 homens, que, de forma geral, promovem o aumento do fluxo sanguíneo, levando à erecção após estimulação sexual.
Os mais comuns são os do grupo de inibidores da 5 Fosfodiesterase – sildenafil, taladafil, vardenafil e avanafil.
Em oposição aos orais, existem também medicamentos em creme que podem ser aplicados directamente no pénis.
Para quem este tipo de método é ineficaz, contra-indicado, provoca efeitos indesejados ou, simplesmente, para quem deseja outra técnica, é possível recorrer a terapêuticas locais, mais ou menos invasivas, entre as quais:
- Injecções de fármacos no pénis para criar a erecção;
- Dispositivos em vácuo ou anéis constritores penianos para direccionar o sangue até ao pénis até provocar a erecção e, depois, para a manter;
- Próteses penianas para promover a rigidez do pénis, melhorando a função sexual ininterruptamente;
- Revascularização peniana por cirurgia (raro).
Medidas adicionais
Existem ainda alguns hábitos e comportamentos relativamente à alteração do estilo de vida que podem surtir bons efeitos, ainda que de forma indirecta. São eles:
- Prática de exercício físico;
- Parar de fumar;
- Redução da obesidade;
- Seguir dieta saudável e equilibrada;
- Controlar os níveis de colesterol e de glicemia.
Trate o cancro independentemente dos efeitos secundários
Receber o diagnóstico de cancro nunca é fácil – pelo choque da notícia, pelas alterações de estilos de vida que pode provocar e pelo medo da morte e incapacidade que esta doença pode provocar.
Se juntarmos os efeitos que os tratamentos podem provocar, especialmente a perda da função eréctil, é normal que a componente psicológica do paciente, assim como de toda a sua estrutura familiar, sofra um significativo “abalo”.
Afinal de contas, é uma condição que afecta substancialmente a autoestima, autoconfiança e conceito de autoimagem, podendo prejudicar a vida social, relacional e íntima dos pacientes.
Neste sentido, de forma a devolver o bem-estar psicológico e a qualidade de vida dos doentes, no Instituto da Próstata consideramos essencial que os doentes invistam nas medidas terapêuticas disponíveis.
Cada caso é um caso, mas existem soluções - como pode constatar neste artigo. O mais importante é, em primeiro lugar, tratar o cancro. Depois, em conjunto, tratamos dos eventuais efeitos secundários.
Tenha ajuda especializada durante a recuperação
Sabendo que a disfunção eréctil é uma condição que causa muitos constrangimentos, não deixe que estes afectem a sua decisão de procurar ajuda.
Só assim será possível realizar um diagnóstico profissional, avançando para a implementação dos métodos terapêuticos, que devem sempre ser escolhidos em conjunto, pelo doente e pelo médico.
No Instituto da Próstata contamos com uma equipa especialista para resolver a sua disfunção, assim como com outros clínicos e psicólogos, que lhe darão todo o apoio para ultrapassar as consequências mais incómodas da doença e dos seus tratamentos.